Celebrado mundialmente, o dia do Orgulho LGBTQIA+ marca a necessidade de conscientização e reforça a importância do respeito e direitos civis da comunidade.
Hoje, 28 de junho, é dia do Orgulho LGBTQIA+. Um dia inteiro dedicado ao que pedimos todos os outros, pelo resto do ano: direitos civis, visibilidade e respeito à comunidade que inclui lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, queers, intersexuais, assexuais e outras sexualidades e identidades de gênero. Essa luta, que já existe há tanto tempo, teve como marco inicial a Revolta de Stonewall, nesta mesma data em 1969, quando atos de resistência popular conduziram o ponto de virada contra a homofobia, a criminalização do amor entre pessoas do mesmo sexo e as perseguições estabelecidas contra a população LGBT, na cidade de Nova York. Mas, infelizmente, não foi o suficiente para combater a homofobia nos anos seguintes.
A palavra orgulho segundo o dicionário, é o sentimento de prazer ou grande satisfação com o próprio valor e honra. Para Raffa e Richard, orgulho é carregar essa bandeira e sempre enfrentar de cabeça erguida as ondas de preconceito e ódio em busca da igualdade social, através da conscientização e aumento da representatividade da comunidade LGBTQIA + nos mais diversos setores da sociedade civil.
O casal, que está junto há oito anos, se conheceu num show de Ivete Sangalo e desde então não se largaram mais. Fãs da cantora, foi através dela que conheceram o carnaval e se tornaram foliões de carteirinha da maior festa popular do mundo, onde sempre foram recebidos com carinho: “Graças a Deus nunca passamos por situações de desrespeito, sempre fomos muito bem tratados desde o nosso hotel, passando pela entrega dos abadás com o Folia Bahia e, também, dentro dos blocos”.
Raffa e Richard ainda afirmam que a folia baiana vem, ano a ano, mostrando que toda forma de amor é bem-vinda e que não há lugar para o ódio. Mas, quando se trata de blocos voltados para o público hetéro, a mensagem ainda precisa ser reforçada.
“Os blocos com o público “hétero” não trazem bandeiras contra o preconceito. São assuntos que ainda vão levar um certo tempo para a sociedade entender que precisamos conviver com as diferenças e saber respeitá-las. Se fala muito nas redes sociais, mas na prática não é bem assim. Precisa-se mais de campanhas abordando esses temas. Se o mundo soubesse mais sobre o amor, aceitação, e se pôr no lugar do outro, não teria esse grande número de violência contra a comunidade LGBTQIA+. Amar é um direito de todos, independente da condição sexual”.
A fala de Raffa e Richard aponta o que as pesquisas já tinham traduzido em números. No Brasil, o preconceito e a violência por orientação sexual e identidade de gênero representam dados alarmantes. Segundo um estudo baseado em dados do Sistema Único de Saúde (SUS), a cada uma hora um membro da comunidade LGBTQIA+ é agredido no país. Entre os anos de 2015 e 2017, data em que os dados foram analisados, foram registradas 24.564 notificações de violências contra essa população, o que resulta em uma média de mais de 22 notificações por dia, ou seja, quase uma notificação a cada hora.
E mesmo vítimas de tanta violência, a comunidade LGBTQIA+ continua se fortalecendo, resistindo e pautando a necessidade de falar sobre a diversidade. E ter um espaço de representatividade no Carnaval para mostrar que essa força é maior do que a violência, é essencial. “Nossa história com o Carnaval de Salvador se define em apenas uma palavra, “amor”. Amor pelo outro, amor pelo axé e amor pela cidade de Salvador”.
Como se a data já não fosse especial para o casal, Raffa completa hoje mais um ano de vida e deixou um recado para o preconceito: “Preconceito é a falta de conhecimento. O problema não está em duas pessoas do mesmo sexo que se amam, se beijam e andam de mãos dadas. O problema está no seu preconceito. Julgue menos, respeite mais. Não buscamos sua aprovação, só queremos respeito. Somos amor, resistência e liberdade!”
Feliz aniversário Raffa, o Folia Bahia te deseja toda felicidade do mundo e muitos carnavais!