Outubro Rosa: Carla Visi, relembra como superou o câncer de mama

“O abraço da minha filha foi o momento mais marcante dessa fase. Amor é tudo que move”, conta a ex vocalista da banda Cheiro de Amor

Durante todo o mês de outubro é celebrada a campanha Outubro Rosa, que tem como objetivo a conscientização e combate ao câncer de mama e de colo do útero. De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer de mama foi a principal causa de mortalidade de mulheres em 2019, no país. Além disso, 66.280 novos casos foram diagnosticados apenas em 2020.

Em 2017, a cantora Carla Visi enfrentou uma batalha contra a doença. Durante exames de rotina após o Carnaval, a cantora mostrou ao seu amigo e ginecologista uma pequena proeminência que ela mesma percebeu no toque das mamas.

“Eu a chamava inclusive de ‘jujubinha’. Talvez com um pouco de carinho, aquele pequeno nódulo desaparecesse. A sugestão do médico foi conversar com um especialista, outro amigo querido, que era meu mastologista, e assim comecei essa experiência edificante”. 

Segundo a cantora, entre o resultado da biópsia e a cirurgia, o que não demorou muito, houve burocracias, procedimentos pré-operatórios e oração. Para ela, essa última foi, sem dúvidas, um de seus principais aliados.

“Diagnóstico, tratamento precoce, ter o apoio de médicos e profissionais competentes [salvam vidas]. Mas acima de tudo, estar cercado de pessoas que amamos e FÉ, muita FÉ”.

14 anos antes do seu diagnóstico, Carla Visi já tinha enfrentado uma outra batalha contra a doença. Sua mãe faleceu vítima de um câncer, em 2003.

“A minha primeira experiência com o câncer foi com a minha mãe. Ela descobriu um câncer de intestino em estágio muito avançado no ano 2000 e faleceu em 4 de abril de 2003 aos 52 anos depois de longo e exaustivo tratamento. Quando percebi o nódulo na mama e depois de exames mais minuciosos, o resultado da atipia celular me trouxe muitos sentimentos, entre eles o medo, mas também a esperança de ter um desfecho diferente. Entre cirurgia, quimioterapia e radioterapia, meu único objetivo era a cura plena (física, mental e espiritual)”. 

 

Cantora Carla Visi sentada em uma cadeira e sorrindo
Carla Visi | Foto: Reprodução

Um mês após a cirurgia para retirada do câncer, a cantora compartilhou um vídeo em suas redes sociais sobre a sua luta contra a doença, com o objetivo de alertar as pessoas para a importância do diagnóstico precoce e a necessidade de desmistificar o câncer. 

“Há tratamento, há cura. Cuidar da saúde é um importante passo para o autoamor […] Todos nós estamos nesta orbe terrestre para evoluir. E assim nos tornamos a melhor versão de nós mesmos a cada dia. O câncer foi apenas mais uma prova entre tantas que já vivi. Mas que confirma a minha busca de valorizar mais a essência que a aparência, mais o ser que o ter”, afirma. 

É na voz de Carla Visi que hits como “Vai sacudir, Vai Abalar”, ficaram eternizados. Ex-Vocalista da Banda Cheiro de Amor, a artista arrastou milhares de foliões no Carnaval de Salvador entre os anos de 1995 e 2000, quando deixou o grupo e passou a seguir carreira solo. Atualmente morando em Lisboa, Carla ainda pretende se apresentar no Carnaval de Salvador, mais uma vez. 

“Quero muito cantar na minha terra. Cantar para o meu povo com as bênçãos de todos os santos, cantos e orixás. No entanto, sei que o mercado de shows do Carnaval é competitivo e nem sempre prioriza os talentos da Bahia. Em 2019, mesmo estando em Lisboa, apresentei com alguns parceiros o projeto do Trio EcoSolar, que usa placas de energia solar fotovoltaica para suprir o consumo de energia dos equipamentos de som e instrumentos. O retorno que tive foi que os patrocinadores tinham propostas mais interessantes, mas o projeto está aqui. O mundo todo está mobilizado em achar alternativas mais sustentáveis para as atividades humanas e o setor do entretenimento já acompanha essa tendência. Por ser jornalista, gestora ambiental, mestre em Ecologia Humana e cantora há mais de 30 anos, acredito que é nosso papel aliar cultura e sustentabilidade. Torço para que os contratantes, patrocinadores e artistas percebam isso também. E como AMO cantar, continuarei levando a boa música da Bahia e a cultura brasileira para os diversos cantos do mundo”, afirma. 

Previna-se, toque-se, ame-se!