Olodum é potência cultural

Jorginho Rodrigues, vice-presidente do grupo, fala sobre o orgulho pelo projeto e cita novas vozes da representatividade no estado.

Nas ruas do Pelourinho, em 1979, nascia aquele cuja vida já representava um ato de resistência e forte símbolo para o povo preto. 

O Olodum surgiu de uma brincadeira carnavalesca em abril daquele ano, e o que era para ser uma opção de lazer momentânea para os moradores do bairro do Maciel-Pelourinho, se tornou um dos maiores representantes da cultura baiana e afro-brasileira por todo o mundo, promovendo trabalhos sociais, culturais e ações de combate à discriminação racial, além de estimular e difundir a cultura afro-brasileira no Brasil e no mundo.

“A nossa luta diária é por valorização, reconhecimento e respeito a cultura afro em todas as suas vertentes. Usamos o poder da música para informar, conscientizar e continuar a luta por igualdade, que ao longo desses 42 anos, tem sido a principal bandeira do Olodum!”, conta Jorginho Rodrigues, vice-presidente do grupo.

Considerado uma das mais importantes expressões da música mundial e tombado pela Organização das Nações Unidas (ONU) como Patrimônio Cultural Imaterial do Estado da Bahia, o grupo é mais que um bloco. O Olodum oferece à comunidade um conjunto de ações que envolvem arte, cultura e educação. 

“A princípio a ideia era apenas desfilar no carnaval, mas em 1983 houve uma reformulação e com isso a criação do projeto Rufar dos Tambores, atual Escola Olodum, que buscava resgatar as crianças da comunidade através da percussão. O bando de teatro Olodum foi criado no ano de 1990 e tem revelado grandes nomes desde então e apresentado ao público grandes espetáculos. Todos esses projetos têm como premissa básica usar da arte e cultura para educar, conscientizar e formar as novas gerações para os desafios do futuro”, conta.

 

imagem do grupo olodum no pelourinho
📸 Reprodução | Instagram @olodum_oficial

Quando questionado sobre como todos esses “personagens” se sentem sabendo que fazem parte de uma das principais potências culturais da Bahia e do mundo, Jorginho responde com alegria.

“Temos muito orgulho de ser uma referência positiva da cultura produzida na Bahia, da cultura do samba-reggae criado por Neguinho do Samba, da força da música afro -percussiva e de levar para o mundo esses símbolos tão fortes!”.

Para ele, no cenário baiano alguns dos novos artistas já são vistos  como vozes da representatividade “Tem muita gente bacana chegando. Acreditamos que Baiana System, Attooxxa, Afrocidade e Baco Exu do Blues são artistas que têm um papel importante para essa nova geração”. 

E por falar em música, não poderia faltar um top 5 de canções do Olodum dedicadas ao dia da Consciência Negra. Entre as eleitas pelo vice-presidente do grupo estão Zumbi Rei, Evangelização, Lutar é Preciso, Raça Negra e Guia Olodum.

E sem tem uma coisa que combina com música e grupo Olodum, é o carnaval. Na espera da confirmação sobre a realização do Carnaval de Salvador em 2022, Jorginho Rodrigues reafirma o desejo em fazer parte da maior festa do mundo.

“Queremos fazer parte do carnaval, desde que seja possível realizar um evento dessa proporção. Mas a nossa presença dependerá da definição das autoridades sobre o tema e também da viabilidade de patrocínios e apoios, já que, ao contrário de outras cidades, Salvador ainda não definiu sobre a realização do carnaval. Isso afeta todo o plano de captação, venda de abadás e toda organização necessária para estruturar um bloco e ir para a avenida”. 

Para matar a saudade de ver o Olodum na avenida, preparamos uma playlist especial com os grandes sucessos do grupo. Olodum: da Barra a Ondina já está disponível no Spotify e Deezer