Comcar prevê dificuldade na mudança do circuito para 2023

"O consenso que existe na comunidade do Carnaval é que essa mudança não pode acontecer para o carnaval 2023, pois está muito em cima" afirma Joaquim Nery, presidente do órgão.

Após assembleia realizada com os 32 membros do Comcar, entre eles donos de trio, de camarotes, entidades da segurança pública e associações de artistas, foi determinado que o Conselho tem até o final de agosto para apresentar o projeto para a mudança do circuito do Carnaval da Barra/Ondina para a Boca do Rio.

O presidente do Conselho Municipal do Carnaval (Comcar), Joaquim Nery, comentou sobre o consenso ao qual chegaram as entidades carnavalescas da Bahia.

“Essa discussão se afunilou no último mês, mas o consenso que existe na comunidade do Carnaval é que essa mudança não pode acontecer para o carnaval 2023, pois está muito em cima, a gente já está chegando no mês de agosto e não haverá tempo hábil para promover as estruturas e sobretudo divulgar um Carnaval tão importante, que acontece depois de dois anos de pandemia. É preciso que a gente faça um Carnaval seguro e de grande qualidade e não seria correto nos aventurarmos num novo espaço”, declarou Nery.

No entanto, o Comcar é consultivo, ou seja, a prefeitura de Salvador não tem obrigação de acatar a decisão tomada pelo conselho.

“(A mudança) está em discussão. Não há expectativa de uma votação. O que está sendo discutido é iniciar os estudos para que sejam apresentados opções, contribuições, para aí sim, até o final de agosto, os técnicos se debruçarem para aí sim, avaliar entre prós e contra. O carnaval é muito maior do que a discussão sobre um circuito […] Já existe um pré-julgamento sobre o que está acontecendo. Muita calma nessa hora. Vamos aguardar o que deve ser tomado pelos técnicos após serem concluído os estudos, e depois passar pelo prefeito. É preciso descontruir isso de decidir algo nesta terça. Não é isso”, afirmou Isaac Edington, presidente da Saltur.

Na manhã desta quinta-feira (28), o prefeito de Salvador, Bruno Reis, afirmou que a decisão não será apenas técnica. Aspectos sociais e econômicos também serão analisados.

“Esse debate ainda não chegou à prefeitura. É normal que nosso corpo técnico até defenda mudanças porque que querem oferecer serviços melhores. Mas essa não é uma decisão apenas técnica, tem que levar em consideração também aspectos econômicos e sociais. Eu aguardo o envio do projeto ao prefeito para que a gente possa ouvir as áreas e decidir”, concluiu.