Conheça a história do Bloco Inter

Há seis décadas na avenida, o Bloco Inter é um das atrações mais antigas da folia baiana

Um dos blocos mais antigos do Carnaval de Salvador, o Bloco Inter nasceu como um “clube do bolinha”. Fundado na década de 1960, o bloco era conhecido como “Os Internacionais” e durante os primeiros carnavais seus foliões eram apenas homens fantasiados aleatoriamente. 

Pioneiros na venda dos primeiros trajes, conhecidos como mortalhas, para desfile em blocos no carnaval de Salvador de 1962, “Os Internacionais” foi cenário para as gravações do longa “Dona Flor e seus Dois Maridos”, obra literária do célebre autor baiano Jorge Amado, adaptada para os cinemas e lançada em 1976. Dando vida ao personagem, o saudoso ator José Wilker vestiu a mortalha do bloco.

Vivendo o seu melhor momento, “Os Internacionais” foi inspiração para o poeta e compositor, Vinicius de Moraes, que topou criar a música tema do bloco para o carnaval de 1978. Sua particularidade em ser, até então, um bloco em que mulher não desfilava, chamou a atenção do poeta que cantou: “Quem for mulher que me siga”.

Com a chegada da década de noventa, uma nova fase se iniciou para “Os Internacionais”. Como se tivesse sido aconselhado pela canção escrita por Vinicius de Moraes anos antes, o bloco passou a aceitar também as mulheres em seu desfile. Ainda nesta época, seus foliões precisaram aposentar as mortalhas e o bloco passou a se chamar Inter.

Com grande notoriedade no cenário carnavalesco, o bloco Inter já foi comandado por diversas estrelas da música baiana como Asa de Águia, Margareth Menezes, Timbalada e Tom Kray.  Hoje, ao som da banda Chiclete com Banana, o Inter é o primeiro bloco da fila no circuito mais tradicional do carnaval de Salvador, o Campo Grande. A história entre o bloco Inter e a banda Chiclete com Banana é, como dizem por aqui, “de outros carnavais”. Mas os detalhes dessa relação, a gente te conta um outro dia.